Fotografia por: Jorge Oliveira
Noticia por: Diário do Minho (https://www.diariodominho.pt/)

Os dados divulgados recentemente pelo INE – Instituto Nacional de Estatística, relativos ao ano de 2018, confirmam a trajetória de crescimento do setor do turismo a nível nacional, que tem batido, sucessivamente, recordes de dormidas e proveitos oriundos do setor.
Braga tem acompanhado esta evolução e, mais importante do que isso, tem conseguido crescer acima da média nacional e acima das principais cidades concorrentes, como é o caso de Lisboa, Porto, Coimbra ou até Évora, embora alguns destes destinos sejam mais maduros, o que justifica que os seus ritmos de crescimento sejam mais contidos.
Justifica-se, por isso, a realização de um breve balanço dos principais indicadores turísticos, para se perceber o estado da arte e identificar novos desafios para a afirmação turística de Braga, a nível nacional e internacional.
Capacidade hoteleira
Em 2018, Braga disponibilizava 3.597 camas, o que representou um acréscimo de 15% face ao ano anterior e uma taxa de crescimento substancialmente maior do que a dos principais concorrentes. Se se analisar a evolução da capacidade hoteleira num período de 10 anos, verifica-se um aumento de cerca de 70%, mais uma vez crescendo acima da média nacional.
Observando-se as intenções de instalação de novos empreendimentos turísticos, confirma-se a atratividade de Braga, que tem projetado um aumento de mais 20% da capacidade hoteleira, a breve prazo, em projetos já em tramitação no Turismo de Portugal. Um sinal claro de que Braga, mais do que estar na moda, representa uma aposta de futuro para os investidores do setor.
Dormidas
Ao nível do número de dormidas, no ano transato, Braga registou o melhor ano de sempre – mais de 582 mil dormidas -, o que significou um crescimento de mais de 11% face ao ano anterior. A evolução neste indicador é bastante positiva, tendo, mais uma vez, Braga crescido acima da média nacional e acima das outras cidades de referência ao nível do City Break, nomeadamente Lisboa, Porto ou Coimbra. Se a análise for estendida para um prazo de 10 anos, verifica-se que, neste período, Braga mais do que duplicou o número de dormidas (aumentaram cerca de 116%), embora este crescimento esteja concentrado nos últimos 5 anos.
Proporção hóspedes estrangeiros
Ao contrário dos destinos mais maduros, Braga continua a registar uma proporção de hóspedes nacionais superior à de estrangeiros. Em 2018, inclusivamente, a quota de hóspedes estrangeiros diminuiu 1,7% face ao ano anterior, em contraciclo com a evolução dos principais concorrentes, cifrando-se nos 38,2%. Em Lisboa, por exemplo, os estrangeiros foram responsáveis por 79% das dormidas, no Porto esta proporção foi da ordem dos 77% e em Coimbra atingiu os 63%.
Taxa de ocupação e estada média
O INE, ainda, não divulgou a taxa de ocupação do ano de 2018, mas estima-se que, em Braga, tenha baixado 1 a 2 pontos percentuais face ao ano anterior, decorrente do aumento significativo da oferta (nº de quartos), que, proporcionalmente, foi superior ao aumento da procura (nº de dormidas).
Já a estada média tem-se mantido praticamente inalterada nos últimos 5 anos nas 1,7 noites, à semelhança do que acontece no Porto e na restante região Norte. Analisando este indicador por origem dos turistas, verifica-se que os estrangeiros pernoitam em média 2,2 noites e os nacio- nais cerca de 1,4 noites.
Proveitos
À semelhança do número de dormidas, também os proveitos registaram um ano recorde em Braga, ascendendo a 24,5 milhões de euros em 2018, o que significou um ganho de mais de 13% face ao ano transato e um crescimento acima da média nacional.
Apesar deste excelente desempenho, a hotelaria de Braga regista, ainda, uma receita média por hóspede / dormida significativamente inferior à dos principais concorrentes nacionais.
Conclusão
Braga vive um ciclo virtuoso de crescimento, em que o crescimento gera crescimento. Ou, dito de outra forma, um ciclo em que o aumento da procura gera aumento da oferta e o aumento da oferta gera aumento da procura, e assim sucessivamente.
Espera-se que a procura turística continue a crescer nos próximos anos, embora se possa registar uma desaceleração nos níveis de crescimento.
Para consolidar Braga como um dos principais destinos turísticos a nível ibérico, é crucial que Braga continue a manter esta dinâmica crescimento acima da média nacional e das principais cidades concorrentes. Para o concretizar, uma das prioridades a prosseguir é a do aumento da proporção de hóspedes de nacionalidade estrangeira, o que gerará um aumento da estada média e, por consequência, um aumento dos proveitos e aumento da receita média por dormida.
Nesse sentido, é fundamental, entre outros aspetos, aumentar a notoriedade internacional do destino, estimular o surgimento de pacotes turísticos do destino Braga a nível internacional e prosseguir o trabalho de qualificação do setor, tendo em vista a melhoria da qualidade do serviço prestado.

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